quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A LUTA CONTINUA, PROFESSORES

Presente em todas as campanhas presidenciais e ressaltado no discurso da vitória de Dilma Rousseff, o combate ao crack deixou de ser apenas uma política de ação pública. É de responsabilidade de toda a sociedade exigir dos governantes medidas eficazes de recuperação a dependentes químicos e de extermínio do comércio de pedras, acessíveis a todos. Antigamente, a mais impura das drogas consumia os menos assistidos socialmente, abandonados na mancha social que rodeia as grandes cidades, jogados em amontoados de barracos, sem direito a saneamento básico, estudo, emprego e família ajustada.

Só que o crack não se limitou à pobreza e foi atrás dos milhões de reais que giram nas classes média e alta e, com uma conversinha simples, de oferecer um mundo de êxtase, felicidade plena e sem problemas, convenceu nossos jovens filhinhos de papai, que caíram que nem patinhos no papinho dos traficantes.

E como o crack arruína rapidamente seu consumidor, transformando-o em um farrapo humano, um zumbi social, os traficantes partiram para ampliar a freguesia e entraram no high society. Estão nas baladas, nas portas dos colégios mais conceituados, nas calçadas das academias, na esquina dos bares frequentados por jovens donos de carrões, corrrentes exuberantes no peito e roupas de grife, mas nada na cabeça.

E sabe por que esses garotões sucumbiram à droga? Porque nem em casa, e tampouco na escola que frequentam, o tema Droga é discutido. Até parece tabu. Ensina-se a ler, escrever, respeitar os mais velhos, como se comportar à mesa, mas nada falam sobre sexo, Aids, homossexualismo e drogas. Educação rasa, falha e covarde. Depois choram, lamentam-se, criticam os governantes, mas quando o assunto deveria ter sido comentado, principalmente na sala de aula ou no convívio do lar, quem deveria fazê-lo se esquivou. É a hipocrisia social, que fecha os olhos para ver o presente, mas quando os abre, só restam lágrimas e lamentos.

Nota-se pelo conteúdo dos textos produzidos para o 4º Desafio de Redação que poucos foram os estudantes inteirados sobre crack, que receberam em casa e na escola lição básica do perigo iminente que ronda suas vidas. Eles divagam em palavras sem conhecimento pleno do que escrevem. Praticaram meramente um exercício de escrita porque seus orientadores tampouco se prepararam para fugir do que rege a grade curricular e trabalhar em cima de uma aula extra que será de grande serventia para seus alunos. O projeto cultural encerrou a aplicação das redações, mas a luta contra o crack continua. Tomara os professores e os dirigentes de ensino, principalmente aqueles que não deram a mínima para tão importante grito de alerta, escutem o estrondo dos jovens agonizando e voltem atrás, ministrando conhecimento, e principalmente discussão, sobre a maior epidemia deste século. Crack, Tô Fora!

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