terça-feira, 23 de novembro de 2010

Crack, Tô Fora!: ESSA GENTE DEU UM SHOW

Crack, Tô Fora!: ESSA GENTE DEU UM SHOW: "Que festa! O teatro foi pequeno demais para um público entusiasmado, vibrante e em sintonia com proposta tão enriquecedora, que é dar ao e..."

ESSA GENTE DEU UM SHOW



Que festa! O teatro foi pequeno demais para um público entusiasmado, vibrante e em sintonia com proposta tão enriquecedora, que é dar ao estudante o seu direito de falar (no caso escrever) o que pensa e o que deseja para uma vida melhor. O 4º Desafio de Redação do Diário foi um gigante de conquistas, abrilhantado de maneira irretocável pelo mestre de cerimônia. Marcos Mion foi um show à parte, sabendo conduzir com maestria a adrenalina de jovens brilhantes, que deram seu recado no tema Crack, Tô Fora!

As torcidas também foram um capítulo à parte, Coreografadas, fantasiadas, unidas e contagiantes. Um espetáculo inesquecível. Um grito de guerra que despertou a sociedade.

Na festa desta terça-feira, nossa juventude acordou. Está consciente que o crack é o mal do século. É a causa do sofrimento de inúmeras pessoas, da aflição de famílias, da dor inominável de pais, filhos e irmãos. É a dependência alienante que faz o indivíduo trocar a vida por uma pedra. Entenderam que o combate a esse câncer social não é meramente uma questão de polícia ou de saúde. É também uma questão de Educação, onde Estado, sociedade e família são atores principais no combate a essa chaga. A dor de um dependente deve ser entendida como a dor de todos nós. O crack não escolhe faixa etária, social, cor ou credo. Portanto, não há um grupo de risco. Há um caminho perigoso por onde enveredam nossos jovens. Compete a todos fechar essa estrada.

E isso nossos estudantes entenderam. Na festa de encerramento e premiação, eles mostraram como se faz: com alegria, determinação, união e, principalmente, com olhos e ouvidos antenados para, diante da ameaça, abrir os pulmões e, num grito estridente, alto e infernal, acordar o mundo para ajudar a trazer de volta à vida que está perto de perdê-la.

Parabéns estudantes, professores, diretores, patrocinadores e organizadores. Mais que uma festa, o grande prêmio foi os ensinamentos que permanecerão perpetuados nos anais da história do Grande ABC.

Vida, Tô Dentro; Crack, Tô Fora!
Parabéns, participantes do Desafio


Hoje, o Diário do Grande ABC encerra mais uma etapa de sua missão de ser agente provocador de ações públicas. Hoje, após três meses de estafante correria, chega ao fim a 4ª edição do Desafio de Redação, desta vez com um tema que rompeu o silêncio e a cegueira da sociedade: Crack, Tô Fora!

Apesar da resistência de alguns educadores, que temeram levar assunto ‘tão espinhoso’ em sala de aula, preferindo manter a turma alheia e alienada, quase 150 mil alunos arregaçaram as mangas e gritaram ao mundo: Vida, Tô Dentro; Crack, Tô Fora! Com isso, a facilidade com que traficantes transformavam nossos jovens em zumbis passou a encontrar resistência, graças ao envolvimento da classe estudantil que, para produzir textos primorosos sobre drogas, foi pesquisar, trocou ideias com os pais, professores e colegas de escola.

Hoje, o Grande ABC abre os olhos e grita para o mundo: Crack, Nem Pensar!. Governantes sensibilizaram-se e políticas de ação pública já saem do papel para salvar nossos jovens, nossos adultos, enfim, impedir o avanço dessa epidemia, que destrói famílias, aumenta a criminalidade e resulta em mortes, seja por overdose ou homicídios.

Hoje é dia de festa no Grande ABC. Uma luta foi vencida. Pelo menos 150 mil jovens saberão dizer ‘Não ao crack’, ‘Não às drogas’ e ‘Sim’ à vida. A batalha é árdua, por isso a mobilização não pode relaxar. Temos de continuar de olhos e ouvidos bem atentos e, ante o primeiro sinal de ameaça, gritar, gritar muito e alto para que possamos salvar alguém em perigo. São tantas vidas à beira do precipício... Uma pode salvar. Depois outra, e mais outra e assim por diante.

Que os governantes não se limitem a aplaudir a iniciativa do Diário e o esforço dos estudantes. Que se dediquem com afinco (muito mais, até) em criar clínicas de orientação a dependentes e seus familiares, que batalhem por vagas sociais em entidades de recuperação, que agilizem o atendimento pós-desintoxicação nos Caps, que contratem especialistas em atendimento a dependentes em crise de abstinência.

Dia atrás um ex-dependente, que hoje luta para tirar dependentes das ruas e do vício, disse que somos anjos de uma asa só, mas, se dermos as mãos, conseguiremos voar e salvar os zumbis que vagam pelas cidades. Vale a pena tentar. Sempre!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Crack na mira da Secretaria
Nacional de Segurança Pública do MJ

O governo federal não vai medir esforços no combate ao crack. A Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça assinou convênio com 11 Estados para o enfrentamento à droga. Segundo o acordo, cada uma destas regiões vai receber R$ 500 mil para o reaparelhamento e modernização de suas delegacias de combate a entorpecentes. Firmaram o convênio com o MJ Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Pará, Acre, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.



Além da modernização física, as unidades passarão por uma reformulação na área de inteligência. Será criado um banco de dados, um software específico, para que delegacias de todo o país possam trocar informações entre si sobre distribuição, compra, circulação e entrada da droga no Brasil, por exemplo.



O propósito é reprimir o consumo urbano e a entrada do crack pelas fronteiras do país, adianta o secretário Nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri. “É preciso foco e articulação entre as autoridades. O crack é uma droga assustadora, que destrói a vida de quem a consome e dos que estão à sua volta, além de contribuir para o aumento da criminalidade”, afirmou.



“A saída passa pela educação da população e pela repressão com inteligência”, completou o secretário. Os primeiros estados a receberem os R$ 500 mil para modernização das delegacias de combate às drogas serão Rio Grande do Sul, Pernambuco e Paraná. Os outros oito projetos ainda estão sendo analisados pela Senasp.

Para otimizar as ações, também foi instituído nesta sexta o Grupo Permanente de Enfrentamento ao Crack (GPEC). Os membros são representantes dos 11 estados que assinaram o convênio com o MJ, mais PF e PRF, além da Senasp.


O GPEC vai coordenar as políticas de enfrentamento à droga no país. Os demais estados devem ser incorporados em breve, assim que apresentarem projetos sobre o tema à Secretaria Nacional de Segurança Pública.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

DESAFIO DE REDAÇÃO
ATINGE O OBJETIVO


O 4º Desafio de Redação do Diário desempenhou o papel que caberia aos governantes e à sociedade. Em tempos em que muito se comenta sobre o crescimento do consumo de drogas, principalmente crack, entre os jovens brasileiros. Pode-se apontar que foi a única iniciativa que levou a discussão sobre drogas para dentro da sala de aula e, consequentemente, para o seio familiar. E o fez de maneira educativa, ao propor como tema de redação a expressão Crack, Tô Fora!

Durante parte deste semestre, estudantes das redes pública e privada tiveram acesso a informações sobre os malefícios do tóxico, sabendo porque devem dizer ‘Não’ às drogas. O assunto, para muitos, era tabu ou tema proibido, por força da formação educacional e/ou religiosa da família. Por isso, boa parte dos alunos se surpreendeu ao tomarem conhecimento sobre o que é maconha, cocaína, crack e outras drogas sintéticas comercializadas livremente, embora proibidas e que estão estritamente ligadas à criminalidade e morte.

O governo federal reservou R$ 408 milhões do orçamento para serem aplicados em tratamento médico a dependentes, repressão ao tráfico e campanhas de prevenção. Instituído pelo decreto 7.179/10, em maio deste ano, o plano é composto de ações de aplicação imediata e estruturantes. Entre elas, destacam-se aquelas voltadas para o enfrentamento ao tráfico em todo o território nacional, principalmente nos municípios localizados em regiões de fronteira e a realização de campanha permanente de mobilização nacional para estimular o engajamento ao plano. Já as ações estruturantes organizam-se em torno de quatro eixos: integração de ações de prevenção, tratamento e reinserção social; diagnóstico da situação sobre o consumo do crack e suas consequências; campanha permanente de mobilização, informação e orientação; e formação de recursos humanos e desenvolvimento de metodologias.

O Ministério da Educação também entrou no plano nacional, propondo que em cinco universidades federais sejam criados cursos de especialização e mestrado profissionalizante em gestão de tratamento de usuários de crack e outras drogas.

Em todo o Brasil, campanhas e mais campanhas foram lançadas pelos governos estaduais e municipais, todas objetivando o combate às drogas e, principalmente, à prisão dos traficantes. Nunca se falou tanto em crack quanto agora, mas de prático mesmo pouca ação efetiva aconteceu. Os movimentos não foram suficientes para coibir o uso de drogas e tampouco inibir a ação de traficantes. Os governantes, pelo menos no Grande ABC, pouco se moveram para ampliar o elo de proteção da sociedade, deixando meramente a cargo da polícia a função de identificar células de tráfico e prender seus chefes.

Mas só isso não basta. Por isso, o Diário entrou em ação e usou seu Desafio de Redação para ensinar e conscientizar a classe estudantil, principal alvo do tráfico nacional. A rebeldia natural da pré-adolescência leva esses meninos e meninas a desafiarem a sorte e as regras da sociedade. Por conta da contestação social, muitos caem de cabeça (ou de boca) no pó e depois, sucumbidos, já não conseguem se levantar. Com a redação ‘Crack, Tô Fora!’, eles se envolveram no assunto e, de forma competitiva (já que o Desafio é um concurso educa-cultural), foram em busca de informações e de discussões em salas de aulas e em casa para melhor escreverem o texto proposto. Indiretamente, eles participaram da campanha de combate ao crack. Com conhecimento, agora, certamente será bem mais difícil levá-los para o mundo das drogas. Ainda bem!.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A LUTA CONTINUA, PROFESSORES

Presente em todas as campanhas presidenciais e ressaltado no discurso da vitória de Dilma Rousseff, o combate ao crack deixou de ser apenas uma política de ação pública. É de responsabilidade de toda a sociedade exigir dos governantes medidas eficazes de recuperação a dependentes químicos e de extermínio do comércio de pedras, acessíveis a todos. Antigamente, a mais impura das drogas consumia os menos assistidos socialmente, abandonados na mancha social que rodeia as grandes cidades, jogados em amontoados de barracos, sem direito a saneamento básico, estudo, emprego e família ajustada.

Só que o crack não se limitou à pobreza e foi atrás dos milhões de reais que giram nas classes média e alta e, com uma conversinha simples, de oferecer um mundo de êxtase, felicidade plena e sem problemas, convenceu nossos jovens filhinhos de papai, que caíram que nem patinhos no papinho dos traficantes.

E como o crack arruína rapidamente seu consumidor, transformando-o em um farrapo humano, um zumbi social, os traficantes partiram para ampliar a freguesia e entraram no high society. Estão nas baladas, nas portas dos colégios mais conceituados, nas calçadas das academias, na esquina dos bares frequentados por jovens donos de carrões, corrrentes exuberantes no peito e roupas de grife, mas nada na cabeça.

E sabe por que esses garotões sucumbiram à droga? Porque nem em casa, e tampouco na escola que frequentam, o tema Droga é discutido. Até parece tabu. Ensina-se a ler, escrever, respeitar os mais velhos, como se comportar à mesa, mas nada falam sobre sexo, Aids, homossexualismo e drogas. Educação rasa, falha e covarde. Depois choram, lamentam-se, criticam os governantes, mas quando o assunto deveria ter sido comentado, principalmente na sala de aula ou no convívio do lar, quem deveria fazê-lo se esquivou. É a hipocrisia social, que fecha os olhos para ver o presente, mas quando os abre, só restam lágrimas e lamentos.

Nota-se pelo conteúdo dos textos produzidos para o 4º Desafio de Redação que poucos foram os estudantes inteirados sobre crack, que receberam em casa e na escola lição básica do perigo iminente que ronda suas vidas. Eles divagam em palavras sem conhecimento pleno do que escrevem. Praticaram meramente um exercício de escrita porque seus orientadores tampouco se prepararam para fugir do que rege a grade curricular e trabalhar em cima de uma aula extra que será de grande serventia para seus alunos. O projeto cultural encerrou a aplicação das redações, mas a luta contra o crack continua. Tomara os professores e os dirigentes de ensino, principalmente aqueles que não deram a mínima para tão importante grito de alerta, escutem o estrondo dos jovens agonizando e voltem atrás, ministrando conhecimento, e principalmente discussão, sobre a maior epidemia deste século. Crack, Tô Fora!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

IRRESPONSABILIDADE E COVARDIA

O Desafio de Redação do Diário entra em sua reta final. Restam poucas escolas para a aplicação da redação, cujo tema é Crack, Tô Fora! Quem se envolveu diretamente na produção dos textos, aplaude a iniciativa, que levou para a sala de aula epidemia tão preocupante que está ceifando vidas e mais vidas neste País, principalmente jovens.

Mas causou-me estranheza saber que vários estabelecimentos de ensino preferiram ficar de fora dessa mobilização social, alegando, em argumentação frágil, que o assunto ‘drogas’ é espinhoso demais para discutir com os alunos. O quê? Espinhoso? Melhor espinhoso agora do que trágico amanhã, senhores professores. As crianças, desde a mais tenra idade, têm o direito de se instruída e informada sobre o perigo das drogas, sobre a presença de malfeitores travestidos em papel de bonzinhos e amigos, que têm por hábito rondarem os colégios à procura de alunos ingênuos.

Deixar o tema fora da sala de aula tornar-se uma blindagem imbecil, que faz crer que o educador, que assim age, está mais preocupado em não ‘perder tempo’ com seus alunos, esclarecendo tudo sobre esse mundo marginal das drogas, que consome família, amigos, institui a violência e a criminalidade no seio social e mata seu viciado e entes queridos.

Pena que tenham agido assim e rezem para seu aluno, cerceado do conhecimento sobre essa epidemia incontrolável na sociedade brasileira, não faça mais uma vítima e esvazie mais uma cadeira dentro da classe.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

UMA POLÍTICA PARA O CRACK

Em artigo publicado dia 18 de outubro no jornal O Globo, o psiquiatra Ronaldo Laranjeira cobra mais empenho de todas as autoridades. “Nós estamos passando por uma epidemia de crack e não tivemos uma política para combater essa droga nos últimos dez anos. Primeiro, tem que haver uma política mais global, de desestímulo da produção do crack e também da cocaína na Bolívia, no Peru e na Colômbia. Tem que haver uma parceria com os vizinhos. O Brasil exporta para os produtores os insumos necessários para a produção de cocaína. É preciso criar um clima no continente de controle da produção de cocaína, e o Brasil pode fazer isso, é o grande consumidor e tem liderança na região.”

“O BNDES investe na Bolívia um dinheiro substancial. Qual é a contraparte que está sendo solicitada em relação à produção de cocaína? Nenhuma."

“No Brasil, você tem que fazer políticas de prevenção para o público-alvo, para os adolescentes. Não temos uma rede de tratamento para o crack, e isso é o mais grave. O usuário tem mais chances de parar na delegacia, preso, do que no tratamento. Se você tiver que internar alguém, onde você interna?”

“O usuário de crack é agressivo, inquieto. Temos que ter uma série de clínicas especializadas em dependência química, em várias regiões do País. Toda Capital deveria ter pelo menos uma enfermaria, com 20 a 30 leitos, exclusiva para os viciados, atendidos por profissionais especializados.”

* Ronaldo Laranjeira é médico psiquiatra, coordenador da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas na Faculdade de Medicina da Unifesp (Universidade Federal do Estado de São Paulo) e é PhD em Dependência Química na Inglaterra. É considerado um dos principais especialistas em dependência química do País e propõe, neste momento de transição governamental, que o Brasil faça políticas especiais para cada tipo de droga, principalmente o crack.

sábado, 16 de outubro de 2010

A MORTE SEMPRE POR PERTO





Estudantes participantes do 4º Desafio de Redação têm questionado o desfecho do gibi educativo que estão recebendo dos organizadores, que relata a história de um adolescente que caiu nas drogas e, antes de sucumbir com uma overdose de crack, conseguiu ter um lampejo de consciência e pediu ajuda aos pais. Para eles, o rapaz deveria ter morrido, justamente para chocar que lê o HQ e jamais pensar em colocar qualquer tipo de droga na boca. Estão certos eles com essa preocupação, mas devemos levar em consideração que todos os dependentes químicos merecem uma chance de retomar a vida, por isso, o gibi traz a moral da história: estenda a mão a quem pede ajuda, pode ser que consigamos salvar uma vida.

Isso não significa que todos que, por ventura, enveredam pelo caminho das drogas, sejam salvos. Muitos morrem de overdose, ou acabam entrando para a criminalidade, assaltando, matando e até morrendo à procura de uns trocados para adquirir mais pedras.

Já mostramos aqui o alerta que toda a mídia tem feito sobre a disseminação de nossos jovens pelo crack. Até a novela das 9h da TV Globo vem explorando o tema como forma de conscientizar a juventude e alertar, tanto sociedade quanto autoridades, a iniciar maciça corrente de combate ao tráfico e de ajuda médica a seus dependentes químicos. A ficção e a realidade agora se misturam, mas a vida nem sempre reserva final feliz para quem mergulha nesse poço de difícil volta.

domingo, 10 de outubro de 2010

CAUÃ FALA DE DANILO

O ator Cauá Reymond, que interpreta um dependente químico na novela Passione, deu entrevista para o Ilustrada, da Folha de S.Paulo, publicada neste 10 de outubro. Veja o que ele falou para a jornalista Lúcia Valentim Rodrigues sobre como compôs seu personagem Danilo.

A barba está comprida. O cabelo, ainda não. "Dei uma arrumadinha nele hoje. Já está todo desgrenhado, tomando rumo próprio", conta o ator Cauã Reymond, 30, prevendo as mudanças físicas para o personagem Danilo, da novela global "Passione". O playboy Danilo, por enquanto, está sumido da trama. Mergulhou no crack e foi expulso de casa. Seu nome só vai surgir nas conversas da família à sua procura. "É muito semelhante à vida real. As pessoas somem e reaparecem. Minha saída acabou sendo útil ao drama." Danilo, no início, era só um filhinho de papai rico. Silvio de Abreu não escondia a dependência química, mas não explicitava qual seria. "Quem consome crack se degenera rápido. Tínhamos de esperar para apresentar isso", justifica o ator.

"Fiz o Danilo bem babaca para fugir do estereótipo do bonzinho. Mas cheguei a duvidar que o público fosse sofrer. Tive medo de que, quando eu entrasse na droga, torcessem para eu morrer." Não foi o que aconteceu. Apesar de estar fora da espinha dorsal da trama, sua história ganhou compaixão. "Na rua, me contam muitos problemas familiares. Todo mundo tem. É triste. Também tenho uma pessoa na minha família, que não cabe aqui falar. Ela vai para a clínica (de reabilitação)", explica.
Após ver reportagens na internet e se aprofundar no assunto, combinou com um ex-policial para levá-lo à cracolândia, na região da Luz. "A única pessoa sã é o traficante. Nesse dia era uma mulher no comando. Vi a polícia tocando os viciados de lá. O drogado se torna um zumbi, um rato mesmo."

Por algumas semanas, frequentou o Narcóticos Anônimos e clínicas de reabilitação. "Dá muito trabalho interpretar um drogado sem ser um consumidor. Nunca experimentei [drogas]." Ele perguntava quem já tinha tomado o mesmo que o personagem, ex-velocista. "No meu desespero para encontrar verossimilhança, descobri muita gente que se droga. Foi um laboratório."